O desenvolvimento do sistema de ensino angolano começou em 1977 e teve duas fases principais de sua evolução, incluindo: (i) O aparecimento do primeiro sistema de educação e formação pós-independência, com base no princípio da democratização e educação gratuita (1978-1991), e (ii) A promulgação dos fundamentos da educação e do ensino em Angola (Lei 13/01, de 31 de Dezembro) para o período 2002-2008.

A Igreja iniciou como um movimento religioso de educação para a transformação social, com o objectivo de trazer os Autóctones à dignidade desejável de filho de Deus. Para implementar este objectivo escolheu as áreas e comunidades rurais, tendo como destino o reinado de Vie (Bié). Porém, a história assegura que passando pelo território do Rei Ekuikui II, Reino do Bailundo, foram detectados como estrangeiros e solicitados a apresentarem-se perante o Rei. Este depois de inquirir a razão da sua presença aí, apercebeu-se que tinham vindo ensinar a respeito da existência e poder de Deus, ao que ele retorquiu: “Se apenas isso, então vale a penas regressarem a vossa terra, porque temos o nosso Deus único que é Suku”. Os homens estavam prontos a desistir quando um deles se lembrou que estavam aí para anunciar o filho de Deus o Salvador do Mundo, Jesus Cristo.

Quando esta mensagem chegou aos ouvidos do Rei, este pediu mais explicações a respeito e depois concluiu: “Se é deste filho de Deus que salva que viestes anunciar, então começai aqui pelo meu povo, antes de chegarem ao Vie.” E assim foi, uma escola foi começada debaixo da árvore, 70 crianças recrutadas, persuadidas com ginguba torrada, açúcar e rebuçado e contra a vontade de muitas famílias que viam nisso o desperdício de mão de obra para as lavras, colunas de carregadores de mercadorias e pastagens. Quando este grupo graduou, uma escola foi erguida e servia também de templo de cultos. Uma Mulemba foi plantada, como pacto de não agressão, entre o Rei e os Missionários depois de resolvidos conflitos que surgiram mais tarde. Os primeiros 14 graduados, dos 70 matriculados, tornaram-se missionários e professores nas suas comunidades, convertendo muitos a esta nova filosofia de vida abundante com Cristo. Foram chamados “omãla vafulu”, filho dos santos, em referência a bondade, mansidão, solidariedade, fé e sapiência manifestada pelos “olonãlas”, Senhores.

A este grupo o povo denominou de Mestres “Alongisi” e eram distribuídos pelas aldeias para iniciarem novas comunidades da nova vida, mais abundante. Foram introduzidas nova técnica agrícola, novos hábitos e costumes, uma dieta melhorada, com soja, óleos vegetais caseiros, consumo de proteína animal doméstico e selvagem, e educação dos filhos a saber ler e escrever, falar bem a língua local e estrangeira, utilizando-as para uma boa comunicação e desenvolvimento do ministério da palavra. A Igreja cresceu, tornou-se uma árvore grande tendo enfrentado vendavais e há quem mesmo diga que a figueira brava já se partiu, mas não foi destruída, não se secou. Continua verde a reabilitar-se isto desde 2002. Em 2004, fomos plantar uma réplica que também cresce maravilhosamente, proclamado uma Angola com futuro promissor. A escola do Bailundo, ergueu muitas outras escolas, nas Missões do Camundongo, Chilesso, Chissamba, na Província do Bié; Elende e Dondi, na Província do Huambo; e Bunjei, na Província da Huila.

Estas Missões regaram as instituições de então com o pessoal qualificado que melhor podia ser encontrado: Professores, escriturários, técnicos agricolas, enfermeiros, conselheiros de desenvolvimento rural através de um programa integrado denominado “Melhoramento do povo”, que se espalhou por toda Angola Central ao longo do Caminho – de – ferro de Benguela.

Dois exemplos podemos partilhar aqui sobre o sucesso deste programa que tinha a Igreja como um movimento de transformação social:

  • A Formação de quadros era feita para a continuidade do programa para a transformação social;
  • Os programas de vacinação nunca vieram do governo Português, mas sim dos Centros Evangélicos e Missões Evangélicas.

Com a chegada dos primeiros missionários da-se a criação da IECA EM 11.11 de 1880-1881. A sua primeira missão incidiu na criação de 7 Missões Evangelicos. Embora as Missões fossem preparadas para o trabalho religioso, elas criaram escolas para educação e ensino desde o ensino primário ao secundário habilitando os alunos a obtenção academica da 4ª classe. Cada missão era ledeada por 4 a 6 Centros Evangelicos onde alunos idos de áreas rurais mais remotas estudavam em regime de internato. Estudavam as bases do ensino preparatório e primário que os habilitava a transitar para a Missão Evangelica.

  • De realçar a criação de três grandes centros académicos e formação técnico profissional:

    - O Instituto Cúrrie do Dondi fundado em 1914 para rapazes 

    - A Escola Means em 1916 para as meninas.

    Feita a 4ª classe nas Missões, o aluno transitava para uma das instituições do Dondi onde apos um rigoroso exame de apuramento era colocado no Instituto Cúrrie ou na Escola Means. No Instituto em acordo com o governo foi criada a Escola Tecnica onde os alunos concluíam Ciclo Preparatório 1º e 2º Ano dos Liceus que os habilitava a matricula o 3º Ciclo (3º, 4º e 5º Anos) numa Escola Industrial, Comercial ou Liceu Nacional. Os exames ministrados aos alunos tanto nas Missões como Instituto Currie vinham da Direcçao oficial de Educaçao e alguns professores vinham dos Liceus e Escola Tecnico Industrial e Comercial do Huambo ou de outras Instituições de ensino estatais.

    Com excepçao da Escola Means e do Instituto Currie do Dondi, todas as outras Escolas tinham também alunos externos.

    As três instituições do Dondi gozavam de prestigio junto das autoridades governamentais. Profissionalmente o Instituto ministrava Artes e ofícios em teoria e pratica para cursos de: Agricultura e pecuária, carpintaria, mecânica marcenaria e sarralharia. A Escola Means profissionalmente dava teoria e pratica de Dietética, Economia Domestica, Culinaria, tratamento de casa, corte e costura, Lavandaria, cestaria, criação de animais porcos e aves. Nas Missões ministrava-se a Alfabetização para lideres e uma Escola Domestica para uma Educaçao de adultos integrativa para Homens e mulheres lideres religiosos ou não. O objectivo dos programas visava o desenvolvimento comunitário favorecer a transformação social do povo. Esta visão cresceu com a impalantaçao de Lares Academicos de Nova Lisboa, Silva Porto, Sa da Bandeira e Luanda para estudantes dos 6º  e 7º Ano Liceal, e Universitarios, e exterior. Os quadros assim formados regressavam para leccionar nas Instituticões da IECA no Dondi e Missões. Cada Missão contribuía para ensino de mais de 1000 alunos por ano e 350 na área de Ensino de Adultos e Alfabetizaçao e formação profissional,.enquanto o nível superior comportava de 100 a 225 estudantes. Era realmente uma explosão estudantil a todos os níveis e promovia –se progresso nas comunidades. Hoje continuam as Escolas do Ensino Primario mas parada continua a area de formação Técnico Profissional que o Centro do Bungo pretende restabelecer com a participação dos quadros da IECA e não só.

    Com o conflito a maior parte do patrimonio educacional da IECA  destruído começa a ser re-erguido em parceria com o Ministério da Educação. Porém continua estacionário quanto a area técnico profissional. 

A Igreja Evangélica Congregacional em Angola - IECA assinou em Abril de 2011 um Convênio de Cooperação com os Ministérios da Educação e da Administração do Território, que em si só constitui uma oportunidade singular de intervenção neste sector particular.

A experiência missionária e das mais de setenta escolas Evangélica em oito Províncias em pleno funcionamento será outra oportunidade que sem dúvida irá alavancar a execução e a implementação deste Projecto. Presentemente a IECA está a trabalhar no projecto Educacional da Universidade do Dôndi - UniDondi.